sábado, 27 de junho de 2009

Soneto da fidelidade


Soneto da fidelidade


De tudo, ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
 

 

Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento. 
 


E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 
 


Eu possa (me) dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

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